O teu corpo branco e esguio
prendeu todo o meu sentido…
Sonho que pela noite, altas horas,
aqueces o mármore frio
do alvo peito entumecido…
E quantas vezes pela escuridão,
a arder na febre dum delírio,
os olhos roxos como um lírio,
venho espreitar os gestos que eu sonhei…
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- Sinto os rumores duma convulsão,
a confessar tudo que eu cismei!
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Ó Vénus sensual!
Pecado mortal
do meu pensamento!
Tens nos seios de bicos acerados,
num tormento,
a singular razão dos meus cuidados!
Judith Teixeira In Decadência, 1923
A obra Decadência foi mandada queimar pelo Governo Civil de Lisboa, na sequência de uma campanha liderada pela conservadora Liga de Ação dos Estudantes de Lisboa, contra "os artistas decadentes, os poetas de Sodoma, os editores, autores e vendedores de livros imorais".
Felizmente, resistiu até aos dias de hoje e encontra-se incluída em várias coletâneas, nomeadamente "Poesia e Prosa" que pode ser adquirida AQUI.
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