Nos dias 8 e 9 de dezembro decorreu a 17ª formação de voluntári@s e ativistas da ILGA Portugal, na qual tive o prazer de participar, enquanto aspirante a voluntária e ativista.
Para quem não souber, a ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo é a mais antiga associação de defesa dos direitos LGBTI em Portugal, com intervenção a nível nacional e sede em Lisboa.
Começo por referir a importância de nos aceitarmos como somos e como queremos ser e de mostrarmos ao mundo que somos seres humanos detentores de direitos que têm de ser respeitados. Qualquer pessoa que seja discriminada apenas por existir e mostrar-se como é, precisa de saber que o que está mal são os outros quando nos discriminam e não o facto de sermos diferentes dos padrões considerados como os corretos por algumas pessoas que insistem em se meterem nas vidas alheias e em arruinar a autoestima e felicidade de outras pessoas por mera ignorância e falta de empatia.
Isto para dizer que o ativismo existe exatamente como resposta a quem nos quer tirar a liberdade e é essencial na luta pelos nossos direitos. Ativistas e voluntários desempenham um papel fundamental na nossa sociedade, por maior ou menor papel que cada um tenha. Todos podemos contribuir de alguma forma. Decidi, então, participar na "17ª formação de voluntári@s e ativistas da ILGA Portugal" por entender que chegou o meu momento de começar a contribuir.
A ILGA é um espaço de aceitação. Este fim de semana de formação foi um dos melhores que já passei. É incrível a atmosfera à nossa volta quando nos encontramos perto de pessoas com quem nos identificamos e que nos compreendem, numa sociedade que teima em não compreender e não aceitar. Quando nos encontramos perto de pessoas diferentes de nós, de diferentes idades, áreas de trabalho/estudo, cidades e até países e percebemos que, ainda assim, passámos todos pelos mesmos problemas, com maior ou menor intensidade (que não existem duas pessoas com exatamente as mesmas experiências), mas com um núcleo em comum: sermos LGBTI+ e termos sofrido preconceito por causa disso e ter afetado outras áreas da nossa vida, da nossa personalidade, da nossa autoestima. Os vídeos que vimos, as coisas que ouvimos, tudo tão familiar... mesmo antes de termos visto e ouvido, porque também passámos por isso.
Nem todos, é verdade. Sente-se, também, a empatia daqueles que não passaram por estas experiências, mas que estão presentes porque também sabem que podem e devem contribuir para um mundo mais justo, e escolheram fazê-lo numa associação de direitos LGBTI+. Desengane-se, pois, quem ache que na ILGA não existem pessoas heterossexuais. Aqui não se discrimina nem se exclui ninguém e toda a ajuda é bem-vinda e necessária.
Foi um fim de semana muito bem passado, partilhado com pessoas maravilhosas, onde rimos juntos e chorámos juntos, onde tivemos a oportunidade de falar abertamente e de nos sentirmos completamente aceites, onde aprendemos muito. Espero que continuemos juntos, agora enquanto voluntários, a trabalhar por um mundo melhor. Não devemos esquecer nunca de que a união faz a força. E que, mesmo que às vezes pareça, não estamos sozinhos.
No final, não pude deixar de tirar uma fotografia com estes três grandes senhores, responsáveis pela nossa formação. O meu muito obrigada a eles e a todas as pessoas presentes. 😊
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