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Delilah Green Não Quer Saber [Bright Falls - Livro 1]

de Ashley Herring Blake [COMPRAR]

Edições Chá das Cinco, maio de 2023 [Comprar em inglês]

O amor pode estar onde menos se espera…


Uma inteligente e escaldante comédia romântica sobre aproveitar as oportunidades e aceitar o amor… com tooooooodas as suas complicações. Delilah Green jurou nunca mais voltar a Bright Falls - de onde apenas tem memórias de uma infância solitária e de uma distante família de acolhimento. A sua vida agora é em Nova Iorque, com uma carreira de fotógrafa a descolar, e onde a sua cama nunca está vazia… com uma mulher diferente a cada noite. Quando Astrid, a sua distante meia-irmã, lhe acena com um cheque chorudo para ela lhe fotografar o casamento, Delilah decide regressar à cidadezinha a que outrora chamou lar. Planeia uma visita relâmpago, mas então vê Claire, uma amiga de Astrid, e percebe que afinal poderá haver alguma diversão em Bright Falls. Tendo criado uma filha sozinha enquanto geria uma livraria, Claire odeia surpresas. E Delilah é uma agradável… surpresa! Apesar de se cruzarem há anos, não se conheciam verdadeiramente - por isso, Claire fica inquieta ao perceber que Delilah sabe exatamente que botões lhe deve pressionar. Quando são forçadas a trabalhar juntas nos preparativos do casamento - incluindo numa artimanha para salvar Astrid daquele noivo horrível -, Claire já não sabe se consegue resistir aos encantos de Delilah. Pior, receia não o querer fazer…

 

Nem sabia que havia edição portuguesa quando encontrei este livro no meu primeiro dia na Feira do Livro de Lisboa. Já tinha lido em inglês, mas fiquei tão contente com descoberta que comprei a versão portuguesa! 😀🌈👩‍❤️‍💋‍👩


Gostei muito deste primeiro livro da série Bright Falls, mais do que o segundo (Astrid Parker Doesnt Fail), mas continuo a querer ler o terceiro (Iris Kelly Doesn'T Date) que ainda não li porque ainda se encontra em pré-lançamento (sai a 24/10), e espero que tenham todos tradução.


Por falar em tradução... deixo-vos algumas passagens da tradução da edição portuguesa, que me causaram alguma estranheza:


1. Fuck buddy


A expressão "fuck buddy" foi traduzia para "amigas da queca". 😅❔


Nunca ouvi ninguém em Portugal a usar a expressão "amigos da queca" (o que não significa que não possam existir pessoas em Portugal a usá-la, apenas que, de facto, nunca ouvi).


Percebo que se queira efetivamente traduzir a mesma para português, mas preferia que a tradução portuguesa mantivesse a expressão "fuck buddy", que é efetivamente usada em Portugal, eventualmente com um nota de rodapé a explicar a mesma para quem não conhecer a expressão nem saiba inglês.


Por curiosidade, como é que traduziriam a expressão "fuck buddies" para português? Partindo do princípio que a expressão "amigas coloridas" seria equivalente a "friends with benefits" e não "fuck buddies".


Escolheriam "Amigas da queca", também? Outras opções (não sei qual a pior) como "Amigas da foda"? "Amigas que fodem"? "Amigas sexuais"? "Amigas que se comem"? 🤔😅 Outra expressão? Usariam na mesma o "amigas coloridas" sem distinção de conceitos? Deixem as vossas respostas nos comentários, por favor. 🙏😅


Para ajudar a escolher a expressão acima (ou não) podem pensar em, hipoteticamente falando, como é que se pergunta/sugere - "Queres ser a minha fuck buddy?" -, com tudo em português. Qual ficaria melhor/teria um maior sucesso de concordância? 😅Seria um "Queres ser a minha amiga da queca?" (expressão usada no livro) ou um "Bora ser amigas sexuais?" ou...??? 🤔😂


Eu sei lá... de facto não me parece uma expressão fácil de traduzir sem ficar "estranha". Mas amigas da queca é muito mau.🤦‍♀️ Mas quem traduziu e eventuais pessoas que possam ter ajudado na tradução acharam que era a que ficava melhor. 🤷‍♀️ E vocês?



2. Baby queer


A expressão "baby queer" foi traduzida para "queer novinha". ❔❔


Percebo que "queer bebé" também não fica muito bem, em comparação a "baby queer". Mas "queer novinha" faz-me lembrar certas letras de certas músicas de funk brasileiro que preferia não ter lembrado. Entre uma e outra preferia "queer bebé". Ainda bem que não se lembraram de traduzir a palavra queer... até porque não existe um termo equivalente em português que tenha a mesma conotação. Tal como não se traduz a palavra queer, era perfeitamente possível manter as expressões originais na tradução portuguesa. Pelo que mantenho a preferência por "baby queer" , eventualmente com nota de rodapé.


Que outras sugestões de tradução para a expressão "baby queer" teriam? E entre "queer bebé" e "queer novinha" preferem qual? Traduzir ou não traduzir, eis a questão.


3. Stepsister


"Stepsister" foi traduzido para "irmã por afinidade".


A maior parte das vezes a tradução de stepsister é "meia-irmã", termo de que também gosto pouco, mas que significa ser irmã, de sangue, por parte só do pai ou só da mãe.


No caso do livro, Delilah e Astrid não são irmãs de sangue, mas o pai de uma casou com a mãe da outra quando elas eram ainda crianças, tendo crescido juntas, o que faz delas irmãs. Uma vez que não têm laços de sangue, a tradução portuguesa usou o termo "irmãs por afinidade". A tradução não está incorreta. Mas, normalmente, os afins são os sogros e os cunhados. Irmã por afinidade faz-me lembrar mais cunhada ("sister in law") .


No final das contas, para mim, "meia-irmã" ou "irmã por afinidade" é irmã e ponto. É claro que também depende da altura de vida em que cada pessoa se tornou "irmã por afinidade". Não ficamos automaticamente irmãs de alguém porque o nosso pai ou mãe voltou a casar e a outra pessoa também tem filhos. Percebe-se a necessidade de existir um termo que distinga as situações. Podiam era existir outras expressões.


Ao longo do livro por vezes é utilizada a palavra "sister" e outras vezes "stepsister".


No livro é necessário sabermos que Delilah e Astrid são "stepsisters" para explicar o contexto dos sentimentos que se foram gerando ao longo do crescimento das duas irmãs, face à diferença de tratamento que Isabel (a mãe) dava à "filha de sangue" (Astrid) e à "filha por afinidade" (Delilah). Que neste caso seria "enteada", em oposição a "madrasta", mas no contexto do livro estamos a falar de uma situação em que a mãe de Delilah faleceu muito cedo e o pai de Delilah casou com Isabel quando Delilah era ainda uma criança, o que fez de Isabel a única mãe que Delilah tinha. Principalmente quando o pai de Delilah também faleceu, ainda na sua infância, o que levou a que, a partir daqui, Delilah tenha sido criada por Isabel.


Não sei como traduziria "stepsister" neste caso. Não tenho conhecimento de ninguém que use a expressão "irmã por afinidade" para se referir à irmã com que cresceu desde a infância, mas com a qual não tem laços de sangue, nem tenha existido um processo de adoção legal. Nem sei se usariam esta ou outra expressão alternativa.


Já aconteceu ter digo a uma amiga "és muito parecida com o teu pai", e eram mesmo fisicamente parecidos, e ela ter respondido entre sorrisos que toda a gente dizia isso mas não tinham laços de sangue. Eu não sabia. Ela sempre tratou o pai por pai, porque era efetivamente o pai, e não por "padrasto" ou "pai por afinidade", porque foi ele que a criou.


No caso das personagens fictícias de que estava a falar, quem criou Delilah foi Isabel. Delilah e Astrid, que cresceram juntas desde que os seus pais se casaram, o que faz delas irmãs. No livros são utlizadas as palavras "sisters", naturalmente traduzido para "irmãs" e "stepsisters", traduzido para "irmãs por afinidade". Como teriam traduzido?


4. ... that other queer women and enbys actually liked her


"...that other queer women and enbys actually liked her" foi traduzido para "... e que agradava de facto às outras queer e não-binárias.


Custava muito traduzir "queer women and enbys" para "mulheres queer e não-binárias"? Ou "mulheres queer e pessoas não-binárias"?


5. Dont say that just because we're screwing


"Don't say that just because we're screwing" foi traduzido para "Não digas isso só por andarmos a pinar".


Mais uma vez, a tradução não está propriamente incorreta. Mas as pessoas dizem mesmo "só por andarmos a pinar" no seu dia-a-dia?


Se calhar, sim. Mas entre pinar e foder eu usaria foder. 🤷‍♀️


Sei que existem pessoas que não gostam da palavra "foder" por acharem demasiado "pesada" ou "porca" ou "feia" ou "suja" ou por "ser uma asneira". E poderão preferir a palavra "pinar", por não ser considerada "uma asneira".


Mas não me parece que seja esse o motivo de terem traduzido para "pinar", uma vez que há outras passagens do livro em que utilizam derivados da palavra foder, como por exemplo - "Queres foder-me?" Sim. Quero foder-te outra vez." Se tivessem traduzido para "queres pinar-me, sim quero pinar-te outra vez" acho que tinha parado de ler ali. 😂


Se me perguntassem "queres foder-me outra vez" eu poderia querer ou não, dependendo da pessoa. Se me perguntassem "queres pinar-me outra vez" a resposta seria não, ponto. 😂


Não gostei da tradução porque não gosto da palavra pinar, mas também porquê não me parece usual que se use, nem que seja coerente com o resto dos diálogos. Nem me parece que uma Delilah Green portuguesa usaria "pinar" em vez de "foder".


É verdade que "fucking" e "screwing" são palavras diferentes. Talvez por isso tenham escolhido usar termos diferentes. Mas com tanta maneira de traduzir, seja "não digas isso só por andarmos a foder", "... só por andarmos envolvidas", "não digas isso só porque temos relações sexuais", "... só porque vamos para a cama", "...só porque temos/fazemos sexo", etc., etc., acho que não havia necessidade de traduzir para "não digas isso só por andarmos a pinar". Mas pronto. São escolhas. E vocês, que escolheriam?


6. "I Want Now"


Ao contrário das situações anteriores, cujas traduções podem soar estranhas mas não estão propriamente incorretas, no diálogo que vou agora apresentar parece-me mesmo erro de tradução. Ora vejam:


"Then I could've included you more."

"No you couldn't have. Because you didn't want to."

"I want now"


Foi traduzido para:


"Então eu podia ter-te incluído mais."

"Não, não podias. Porque não querias incluir-me."

"Eu quero saber"


EU QUERO SABER????????? Porquê?? Não consigo compreender esta tradução. Literalmente a resposta foi "Eu quero agora" e escreveram "Eu quero saber"??? Fiquei muito indignada com esta tradução. 😅 Espero que as traduções dos próximos livros sejam melhores.


Talvez tenham achado boa ideia o "eu quero saber" da Claire, em oposição ao título "Delilah Green não quer saber", mas não. Por favor, não façam coisas destas em futuras traduções. 🙏


--//--


E acabaram-se as dúvidas existenciais tradutórias. Provavelmente houve mais situações em que torci o nariz a ler a edição portuguesa, mas estas são as que me lembrei de referir.


Se tiver havido alguma alminha com paciência para ler isto tudo, deixe a sua opinião nos comentários. E muito obrigada pela atenção. 🙏


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