Título original: Flores Raras
Realização: Bruno Barreto
Ano: 2013
País: Brasil
Género: Biografia, Drama, Romance
👍
Sinopse:
"Flores Raras conta a história de amor entre a poeta Elizabeth Bishop (Miranda Otto) e a paisagista brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires), no Rio de Janeiro dos anos 50."
Trata-se de um drama Biográfico, o que deixa logo o filme mais interessante por sabermos que estas mulheres existiram mesmo e que os seus poemas e as suas obras arquitetónicas ainda permanecem na história da humanidade.
O filme é bom, mas a relação das duas mostrada era péssima. É um filme importante porque nos revela o trabalho e o sucesso de duas mulheres sáficas que tiveram uma grande importância na história da poesia e da arquitetura, mas não se cometa o erro de achar que estamos perante uma "grande história de amor". É um filme, essencialmente, sobre perda.
É preciso ter cuidado para não se confundir amor com obsessão. Lota de Macedo é retratada neste filme como uma mulher bastante possessiva e controladora, tratando-se de uma relação abusiva. Lota acha que Elizabeth Bishop não consegue fazer nada sem ela, e faz questão de lhe dizer, e que a poeta terá uma dívida para consigo por a ter acolhido em sua casa logo não tem o direito de terminar a relação... Elizabeth tem problemas com abuso de álcool, o que também é usado contra si para a fazer sentir inútil e a humilhar ainda mais. A obsessão de Lota por Elizabeth vai culminar num ato trágico que não revelarei para evitar mais spoilers.
É claro que as opiniões divergem e poderá haver quem não concorde e ache isto um exagero e adore a "história de amor" destas duas mulheres. Sintam-se à vontade para deixar as vossas opiniões nos comentários.
Recomendo o filme, que aborda bem mais do que a relação entre as duas. Nomeadamente, como já referi, o sucesso de ambas enquanto poeta, vencedora de um Pulitzer em 1956, e arquiteta, respetivamente, acompanhando a criação dos poemas e a construção de obras arquitetónicas, como o Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, idealizado e supervisionado por Lota. Aborda, também questões políticas e mostra-nos o Brasil dos anos 50. Recomendo-o por isto e não enquanto história de "amor".
O filme foi inspirado, principalmente, no livro "Flores Raras e Banalíssimas".
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