top of page
Buscar

Textos LGBTI Viseu: “Kyss Mig”

Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico

Sabem aqueles plots dos “filmes lésbicos” em que a protagonista “hétero” tem uma relação feliz de longa data com um homem, mas depois vê uma lésbica na rua e decide trair o namorado/marido, mas depois é apanhada e decide que é hétero outra vez e que quer voltar para o namorado marido, mas depois fica infeliz e decide voltar para a amante lésbica e por aí afora?


Infelizmente é um plot que já foi muito usado e que reforça a ideia de que, ou não existe bissexualidade e a protagonista “hétero/lésbica” tem de se decidir de uma vez por todas, ou que pessoas bissexuais vão acabar por trair @ parceir@ com o sexo oposto porque “está na sua natureza”.


Kyss Mig, à primeira vista, parece ir caminhando para este plot, mas felizmente é um filme que tem muito mais do que isto a transmitir.


Fazendo uma breve sinopse deste filme sueco de 2011, Kyss Mig é um romance entre mulheres, uma bissexual, Mia, e uma lésbica, Frida. Conhecem-se na festa de noivado dos seus pais, que coincidiu com o anúncio do noivado de Mia e Tim. Noivado esse que não durou muito tempo, porque à medida que se vão conhecendo, Mia e Frida vão se apaixonando.


Parece mais do mesmo… Não é porquê?


Comecemos como uma coisa tão simples como usar a palavra “bissexual”. Como assim uma mulher que gostava de um homem e agora gosta de uma mulher pode ser bissexual? Como assim a mulher que antes gostava de um homem e agora gosta de outra mulher não é lésbica? Foi isto que eu aprendi nos outros filmes todos e agora este afinal vem dizer que há mulheres bis… Sarcasmos à parte, finalmente um filme do género que não reforça a invisibilidade bissexual, apesar do cenário da traição não ser o ideal…


Impõe-se outra questão… a protagonista bi traiu o noivo com uma mulher. Estará a reforçar-se a ideia de que os bissexuais são eternos traidores? Não. O filme deixa claro que traições não têm a ver com orientação sexual e é aqui que me parece inovador e necessário. Que existem pessoas que traem outras, é um facto, e existem dentro de todas as orientações sexuais.


Trata-se de um filme muito bonito visualmente, com excelentes atuações e uma grande química entre as protagonistas. O romance é bem explorado e não cai em exageros ou superficialismos. Vale a pena ver.



Comments


©2018 por Arquivo Sáfico.

bottom of page