top of page
Buscar
Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico

Título: O Amor é Sempre Inocente - Homenagem a Judith Teixeira (1880-1959)

Edição: Edições Esgotadas

Autora: Aurora Simões de Matos

País: Portugal



Sinopse: "Em forma de verso, a autora tece a biografia daquela que é hoje considerada uma das mais importantes poetisas do Modernismo Português. Voz silenciada e ultrajada por razão das suas opções de vida, numa época em que o preconceito fazia lei.


Nesta obra, tendo como suporte as personalidades de Simone de Beauvoir, Frida Kahlo, Virgínia Woolf, Isadora Duncan, Anais Nin, Valentine de Saint-Point, Edite Piaf, Marilyn Monroe e Safo de Lesbos, nove Mulheres com nome consolidado na História de um passado mais ou menos próximo, mais ou menos distante, a condição feminina tenta impor-se, numa luta sempre desigual. Este tema-denúncia é recorrente na escrita de Aurora Simões de Matos, que pela primeira vez ultrapassa a ruralidade serrana do Montemuro, para se deter na urbanidade não menos penosa de uma Lisboa confusa, nos princípios do século XX".

 

Gosto muito dos poemas de Judith Teixeira. Fico contente com as homenagens que lhe foram feitas... Mas esta frase da sinopse do «silenciada e ultrajada por razão das suas "opções" (?) de vida» fez-me um bocado de comichão... Deixemo-nos de eufemismos e digamos (escrevamos) o motivo pelo qual Judith foi silenciada: porque era mulher, porque era uma mulher que escrevia sobre sensualidade e sexualidade numa época em que as mulheres não podiam fazê-lo livremente, porque era uma mulher que, para além das relações com homens e dos poemas em que escrevia sobre eles, também teve relações amorosas com outras mulheres e também escrevia sobre elas, sem rodeios, sem deixar a sensualidade e a sexualidade de lado. E foi por tudo isto, e não pelas "opções" de vida, sendo que a orientação sexual de alguém não é, nem nunca foi, uma opção. Não sei se esta homenagem fala sobre isto. Depois de ler volto cá e atualizo. Entretanto, quem tiver lido, queira, por favor, deixar a sua opinião sobre a mesma nos comentários.


Confesso que também não gosto do adjetivo/verbo poetisa, preferindo o adjetivo poeta para todas as pessoas que escrevem e respiram poesia, que são poetas e não apenas poetizam... Creio que a primeira vez que me deparei com esta reflexão deveu-se a um comentário de uma professora de português que explicava como a palavra poetisa teria sido atribuída como inferiorizadora das capacidades das mulheres para escreverem poesia, não lhes tendo sido dada credibilidade, nem seriedade, nem visibilidade ou mérito: Ele, sim, é poeta. Ela poetiza...". Esta frase fez-me muito sentido e nunca mais me saiu da cabeça Então, para mim, todas as mulheres que amam escrever poesia são poetas e não poetisas. Gramaticalmente, ambos os adjetivos podem ser corretamente usados para descrever uma mulher autora de poemas. Mas não me parece que ambos os adjetivos tenham exatamente o mesmo significado, quando refletimos bem sobe eles, tendo em conta o contexto histórico em que foram criados.


Ainda neste seguimento, gostei muito da sinopse do "Poesia e Prosa", que compila todas as Obras de Judith Teixeira e em que a certa altura se pode ler "... mulher a quem quiseram aplicar o rótulo de «poetisa», Judith Teixeira rompeu corajosamente com o padrão do silenciamento das mulheres no contexto do Portugal das années folles, para se tornar um sujeito ativo, que desvendou o corpo feminino sem pejo". Basicamente é isto... Boas noites (ou dias ou tardes para quem estiver por cá a outra hora) e continuem pelo blog! :)

5 visualizações0 comentário
Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico

Atualizado: 18 de fev. de 2023


Título Original: Carmilla

Edição: Edições Século XXI

Autor: Sheridan le Fanu

Ano da Primeira Publicação: 1872



Sinopse: Várias vezes transportada para o cinema, a novela Carmilla, vem renovar a grande tradição do vampirismo e anunciar, à distância de duas décadas e pouco, o Drácula, de Bram Stocker. Considerada por isso sua importante ancestral, ela vale ainda pela ousadia do tema que, indo muito além de uma história de vampiros, forma uma das formas de sexualidade mais reprimidas na época vitoriana: o lesbianismo. Aspeto esse que trouxe bastantes dissabores com a censura a le Fanu mas que em muito terá contribuído para o seu rotundo êxito em toda a parte.


 

Já tinha o Carmilla na minha biblioteca (e já tinha postado essa edição aqui no blog), mas como a capa do outro não era tão sáfica, comprei este também 🤷‍♀️ ... e postei esta edição também... 😅


2 visualizações0 comentário

Pessoas não-binárias não se identificam, parcial ou totalmente, nem com o género feminino nem com o género masculino.

O parcialmente refere-se, por exemplo, às pessoas que se identificam com ambos os géneros. Quanto ao totalmente, poderá aplicar-se a pessoas que se identificam com outro género que não o masculino e o feminino ou a pessoas que não se identifiquem com nenhum género (ungender/agénero). O termo "Não-Binário" abarca outras identidades de género, como, por exemplo, genderqueer, género fluído, ungender, entre outras identidades não binárias. A Bandeira Não-Binária foi criada em 2014, por Kye Rowan. Alguns países já permitem que as pessoas não-binárias possam identificar-se legalmente enquanto tal, ao não terem de escolher entre o género feminino e masculino no seus documentos de identificação, nomeadamente Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Canadá.

5 visualizações0 comentário
Publicações: Blog2
bottom of page