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Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico

O Dia Internacional do "Coming Out", ou de "Sair do Armário", foi fundado em 1988, nos Estados Unidos, por Robert Eichberg, psicólogo, e Jean O'Leary, líder política e ativista abertamente lésbica.


A data de 11 de outubro foi escolhida por ser o aniversário da "Segunda Marcha Nacional de Washington pelos Direitos das Pessoas Gays e Lésbicas", realizada em 11 de outubro de 1987. (A primeira teria sido realizada no dia 14 de outubro de 1979).


É um dia que pretende relembrar a importância de vivermos livremente a nossa sexualidade e, de certa forma, incentivar as pessoas a aceitarem-se, tornarem-se visíveis e livrarem-se do peso de sentirem que se têm de esconder. Acredita-se que quanto mais visibilidade existir, menos preconceito haverá na sociedade.


Para todas as pessoas LGBTI+ que puderem e quiserem, hoje é um belo dia para saírem do armário!



"Most people think they don't know anyone gay or lesbian, and in fact, everybody does. It is imperative that we come out and let people know who we are and disabuse them of their fears and stereotypes".

"A maior parte das pessoas pensa que não conhece ninguém gay ou lésbica, mas na verdade, toda a gente conhece. É imperativo que nós saiamos do armário e deixemos as pessoas saberem quem nós somos e que as desenganemos dos seus medos e estereótipos".

– Robert Eichberg, 1993

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Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico



"............................... a dor

só lhe perco o som e a cor

em orgias de morfina!"





Dizem que eu tenho amores contigo!

Deixa-os dizer!...

Eles sabem lá o que há de sublime,

Nos meus sonhos de prazer...


De madrugada, logo ao despertar,

Há quem me tenha ouvido gritar

Pelo teu nome...


Dizem - e eu não protesto -

Que seja qual o for o meu aspeto

Tu estás na minha fisionomia

E no meu gesto!


Dizem que eu me embriago toda em cores

Para te esquecer...

E que de noite pelos corredores

Quando vou passando para te ir buscar;

Levo risos de louca, no olhar!


Não entendem dos meus amores contigo -

Não entendem deste luar de beijos...

- Há quem lhes chame a tara perversa,

Dum ser destrambelhado e sensual!

Chamam-te o génio do mal -

O meu castigo...

E eu em sombras alheio-me dispersa...


E ninguém sabe que é de ti que eu vivo...

Que és tu que doiras ainda,

O meu castelo em ruínas...

Que fazes da hora má, a hora linda

Dos meus sonhos voluptuosos -

Não faltas aos meus apelos dolorosos...

- Adormenta esta dor que me domina!



Junho - Poente

1922




in Decadência

Judith Teixeira


Incluído na coletânea "Poesia e Prosa",

que pode ser adquirida AQUI.




"

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Atualizado: 18 de fev. de 2023



Feliz dia 23 de setembro! Feliz dia da visibilidade bissexual!


A primeira vez que se celebrou este dia foi em 1999. Foi criado por três ativistas pelos direitos bissexuais: Wendy Curry, Michael Page e Gigi Raven Wilbur (Michael Page é também o criador da bandeira Bissexual), com o objetivo lutar por uma maior visibilidade da bissexualidade e contra os mitos e preconceitos criados à volta das pessoas bissexuais, celebrando-as com orgulho.


Ever since the Stonewall Rebellion, the gay and lesbian community has grown in strength and visibility. The bisexual community also has grown in strength but in many ways we are still invisible. I too have been conditioned by society to automatically label a couple walking hand in hand as either straight or gay, depending upon the perceived gender of each person"

- Gigi Raven Wilbur



Tradução:

Depois da Revolta de Stonewall, a comunidade gay e lésbica cresceu em força e visibilidade. A comunidade bissexual também cresceu na força mas de muitos modos somos ainda invisíveis. Também fui condicionada pela sociedade para tachar automaticamente um casal que anda de mãos dadas como hétero ou gay, dependendo do género percebido de cada pessoa".


As bissexualidades sofrem de uma maior invisibilidade face às orientações monossexuais e as pessoas bissexuais continuam a sofrer os mesmos preconceitos da homofobia, aliados à bifobia que existe tanto na sociedade em geral, como dentro da própria comunidade LGBTI+.


A citação acima mencionada é apenas um pequeno exemplo de como inconscientemente vamos invisibilizando a bissexualidade, até quando somos bissexuais. Mas pior que estas ações inconscientes são os preconceitos e mitos que se construíram à volta das pessoas bissexuais. E desses existem muitos exemplos: Estão sempre confusas, nunca sabem o que querem, estão em negação ou querem chamar a atenção e a bissexualidade nem existe; apesar da bissexualidade não existir, afinal todas as mulheres até são um bocadinho bissexuais, porque até dá jeito para fantasiar e fetichizar; ou se calhar a bissexualidade até existe mas as pessoas bissexuais nunca ficarão satisfeitas ao lado de uma só pessoa, querem "comer" toda a gente e acabarão por trair com um dos géneros opostos; mulheres bis acabam sempre com homens, e homens bis também;


Esta última ouvi na série "O Sexo e a Cidade", que é um entre tantos exemplos de má representação da bissexualidade na TV e perpetuação de preconceitos. As outras tive a oportunidade de ouvir presencialmente.


Também já ouvi coisas como "se gostas de homens, porque é que tens de andar com mulheres" e vice-versa, "também podias fazer um esforço para não gostar de mulheres, já que também gostas de homens" (o contrário desta nunca ouvi...), "se gostasses realmente de mulheres não gostavas de homens" e vice-versa, "de quem é que gostas mais? tem de haver um género que gostes mais", "nunca namoraria com uma pessoa bissexual", "iam acabar por me trocar por um homem" (por acaso o contrário nunca ouvi presencialmente, mas também se diz...), "se namorasse com uma pessoa bissexual tinha de me estar a preocupar com toda a gente", "os bissexuais são transfóbicos", (como se homens trans não fossem homens e mulheres trans não fossem mulheres, ainda percebo a confusão quanto à inclusão de pessoas não-bináries mas uma leitura rápida do Manifesto Bissexual de 1990 poderá esclarecer facilmente essa questão), etc. etc. etc.


Confesso que senti mais preconceito dentro da minha própria comunidade LGBTI+ do que fora dela. Em parte porque fora dela também há uma maior invisibilidade e talvez seja por isso que simplesmente não se fale tanto do assunto, nem se critique tanto. Em parte porque não estava à espera que assim o fosse, e talvez o preconceito dentro do espaço em que achei que me ia sentir mais segura pese mais e o que vem "de fora" não doa tanto. Em parte porque a primeira vez que me apercebi deste preconceito, foi quando uma amiga minha lésbica me enviou um thread do "The L Chat" só a falar mal de mulheres bissexuais, pensando que eu ia achar piada... tendo sido esta a primeira vez que "ouvi" (li) o termo "bislut".


Minhas queridas pessoas, as pessoas bissexuais podem trair tanto, nada, ou tão pouco como qualquer outra pessoa de qualquer orientação sexual. Podem ser poliamorosas ou monogâmicas, promiscuas ou não, como qualquer outra pessoa de qualquer outra orientação sexual. Não se sentem atraídas por toda a gente, como qualquer outra pessoa de qualquer outra orientação sexual, mas embora se perceba que quem é homossexual ou heterossexual não se sente atraíde por todas as pessoas daquele género, quando se trata do espectro das bissexualidades, parece que fica difícil de perceber este simples conceito. As pessoas bissexuais podem estar tão ou nada confusas, como qualquer outra pessoa de qualquer orientação sexual. Nada disto são características inerentes às bissexualidades.


E é perfeitamente possível ser bissexual, saber quem sou, saber de quem gosto e de quem não gosto, sentir atração por pessoas de vários géneros, saber com quem me quero comprometer e respeitar esse compromisso e não estar mesmo nada confusa quanto à minha identidade. A única coisa que me confunde é o raciocínio por detrás destes preconceitos, que para mim não fazem sentido nenhum.


Relembro que a definição de bissexual abrange atração por dois ou mais géneros, não se resumindo apenas a homens e mulheres cis, portanto incluindo pessoas Trans e Não-Binárias, algo que está bem patente no Manifesto Bissexual de 1990 mencionado anteriormente. Costumo dizer que o prefixo bi refere-se a dois polos, feminino e masculino, mas dentro desses polos e também em sua oposição, existem muitas variações e todas elas podem estar incluídas no espectro de atração das pessoas bissexuais.


O dia já vai longo (e o texto também) mas não poderia deixar de assinalar esta data também aqui no site. Trata-se de um dia especialmente querido para mim, enquanto mulher bissexual.


Despeço-me deste texto com outro, uma das antigas publicações que escrevi no dia 23 de setembro de 2018: "O porquê de ter a Bandeira Bissexual a tapar a câmara do meu portátil..."


Espero que tenham tido um feliz dia! 😁


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