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Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico

Benedetta Carlini, nascida em 1591, foi uma freira católica italiana da qual se encontraram relatos de possuir visões místicas e estigmas no corpo (as cinco chagas de Cristo, nos locais onde foi perfurado na cruz, que identifica os santos), tendo tido enorme influência no Convento onde vivia (Convento de Madre de Deus, na localidade de Pescia).


As alegadas visões de Benedetta surgiram após se ter tornado abadessa do convento, aos 30 anos e foram descritas como sendo bastante perturbadoras, existindo nomeadamente visões em que a tentariam matar, o que levou as outras Irmãs do convento a designarem a Irmã Bartolemea para acompanhá-la diariamente, receosas de que Benedetta estivesse a ser assediada por entidades demoníacas.


Os privilégios de Benedetta terminaram quando se veio a descobrir que ela e Bartolomea mantinham uma relação há anos. Foi despojada de sua primazia como abadessa e em seguida, mantida sob guarda pelos 35 anos restantes de sua vida.


Veio a falecer em 1661, enquanto a sua ex-amante, Bartolomea, teria morrido em 1660.


A historiadora Judith C. Brown decidiu documentar a história de Benedetta na obra "Immodest Acts: The Life of A Lesbian Nun in Renaissance Italy", em1986, após encontrar um inventário de documentos cujos registos indicavam "Papeis relacionados ao julgamento da irmã Benedetta Carlini de Vellano, abadessa das freiras teatinas de Pescia, que se passava por mística, mas que se descobriu ser uma mulher de má reputação”, enquanto fazia pesquisas no Arquivo do Estado de Florença. (Claro que em Portugal não saiu edição deste livro..., mas existe edição brasileira, com o título "Atos Impuros: A Vida de uma Freira Lésbica na Itália da Renascença")


Estamos, portanto, perante uma figura histórica lésbica (ex-)santa, do século XVII, sendo muitas vezes descrita enquanto santa-virgem-lésbica 😅. Obrigada, Judith, por contares a sua história!


Judith C. Brown

A vida de Benedetta chegará aos cinemas franceses em 2019, pela direção de Paul Verhoeven, ainda não havendo datas de estreia para outros países. O Filme, intitulado de "Benedetta" teve como primeiro nome "Blessed Virgen".

 

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Foto do escritor: Arquivo SáficoArquivo Sáfico

Título original: Flores Raras

Realização: Bruno Barreto

Ano: 2013

País: Brasil

Género: Biografia, Drama, Romance

👍



Sinopse:

"Flores Raras conta a história de amor entre a poeta Elizabeth Bishop (Miranda Otto) e a paisagista brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires), no Rio de Janeiro dos anos 50."









 

Trata-se de um drama Biográfico, o que deixa logo o filme mais interessante por sabermos que estas mulheres existiram mesmo e que os seus poemas e as suas obras arquitetónicas ainda permanecem na história da humanidade. 


O filme é bom, mas a relação das duas mostrada era péssima. É um filme importante porque nos revela o trabalho e o sucesso de duas mulheres sáficas que tiveram uma grande importância na história da poesia e da arquitetura, mas não se cometa o erro de achar que estamos perante uma "grande história de amor". É um filme, essencialmente, sobre perda. 


É preciso ter cuidado para não se confundir amor com obsessão. Lota de Macedo é retratada neste filme como uma mulher bastante possessiva e controladora, tratando-se de uma relação abusiva. Lota acha que Elizabeth Bishop não consegue fazer nada sem ela, e faz questão de lhe dizer, e que a poeta terá uma dívida para consigo por a ter acolhido em sua casa logo não tem o direito de terminar a relação... Elizabeth tem problemas com abuso de álcool, o que também é usado contra si para a fazer sentir inútil e a humilhar ainda mais. A obsessão de Lota por Elizabeth vai culminar num ato trágico que não revelarei para evitar mais spoilers.


É claro que as opiniões divergem e poderá haver quem não concorde e ache isto um exagero e adore a "história de amor" destas duas mulheres. Sintam-se à vontade para deixar as vossas opiniões nos comentários.


Recomendo o filme, que aborda bem mais do que a relação entre as duas. Nomeadamente, como já referi, o sucesso de ambas enquanto poeta, vencedora de um Pulitzer em 1956, e arquiteta, respetivamente, acompanhando a criação dos poemas e a construção de obras arquitetónicas, como o Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, idealizado e supervisionado por Lota. Aborda, também questões políticas e mostra-nos o Brasil dos anos 50. Recomendo-o por isto e não enquanto história de "amor".


Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro

O filme foi inspirado, principalmente, no livro "Flores Raras e Banalíssimas".

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Título original: Freeheld

Realização: Peter Sollett

Ano: 2015

País: EUA

Género: Biografia, Drama, Romance

 IMDB 


Sinopse: 

"Laurel Hester, uma agente policial de New Jersey, vive em união de facto com a mecânica Stacie Andree. Mas quando a Laurel é diagnosticada uma doença terminal, o mundo de ambas começa a desmoronar-se. Laurel quer passar para Stacie os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, mas a sua relação não é reconhecida pelas as autoridades para tais efeitos".





 

Filme baseado na vida de Laurel Hester e Stacie Andree, interpretadas pela Julianne Moore e pelo Elliot Page, respetivamente. Existe, também, um documentário, com o mesmo nome, onde podemos ver a história real destas mulheres.


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Publicações: Blog2
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